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Memorial do Sarmento: CALMA, AMANHÃ, TEMOS TEMPO

quinta-feira, outubro 20

CALMA, AMANHÃ, TEMOS TEMPO

Era uma vez uma rapariga finlandesa que tocava violoncelo. Certo semestre, foi estudar música para Amsterdão, onde encontrou muitos portugueses, também eles músicos na mesma escola. O tempo foi passando e a amizade entre ela e alguns desses portugueses foi crescendo. Segundo ela, eram as pessoas mais relaxadas que já conheceu, e admirava a calma com que enfrentavam cada situacão. Ficaram as frases mais famosas do dialecto tugolandês, entre elas:
- "Amanhã, amanhã."
- "Temos tempo."
- "'Estás com febre?!? Tens que comer!!"
- "Dói-te a barriga?!? Tens que comer!!"
- "Vais estudar, já?!? Temos tempo, vamos fazer uma jantarada!!"
O que é certo é que para tocar violoncelo é mesmo preciso ter calma, ter a mão e a mente extremamente relaxadas. Ela desenvolveu uma lesão no pulso, por apertar o arco com demasiada forca, e disse que a Calma, tão típica e incutida na nossa cultura, permitia aos músicos portugueses estar sempre entre os melhores. Quanto à língua, a musicalidade dos sons e o carácter impulsivo das frases e das palavras fascinou-a. Hoje em dia, toca violoncelo e estuda português.
Um dia destes o Sarmento ainda rebenta, de tão inchado que anda... Mas hoje não, amanhã. Temos tempo.
ousaram comentar

4 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Se permite aos portugueses estarem entre os melhores... porque é q n estao?

segunda-feira, 24 outubro, 2005  
Blogger Alexandre Sarmento disse...

Cara Ana Margarida Nunes,
antes de mandares postas só porque adoras ser sarcástica, nota o seguinte: eu não invento histórias, as pessoas contam-me, e lá porque tu não conheces não quer dizer que não sejam mesmo os melhores. Já agora, diz-me o nome de um violoncelista conhecido (qq nacionalidade) e depois falamos. beijo!!

terça-feira, 25 outubro, 2005  
Anonymous Anónimo disse...

Meu querido amigo, admira-me como um jovem dinamico, trabalhador e sempre à procura de inovar o sistema fique tao contente pela calma, deixa pra amanha, do portugues. Seja como for compreendo qua as saudades apertem e ista aqui pareça o paraiso, aliás achas que eu alguma vez disse mal de Portugal a qualquer estrangeiro? Nunca! Sempre disse que isto era um espectaculo e nao dizia com falta de sinceridade! Eu adoro Portugal! Mas convenhamos... isto é um buraco! Daqui n chegas a lado nenhum!! Mas sobre isso falamos depois... daqui a um ano (ou talvez menos!) quando estiveres de malas prontas outra vez para partir! Pois claro, só para absorver conhecimentos e trazer as boas novas do que se passa no mundo aqui ao nosso povo! :)

beijinhos! e ca te espero!

quarta-feira, 26 outubro, 2005  
Blogger Alexandre Sarmento disse...

A calma existe, é um facto, e se não podes vencê-la junta-te a ela. A minha questão é que um feitio que é defeito a nosso ver é admirado por muita gente. Se é bom para a economia? Claro que não, e isso esta à vista de toda a gente, mesmo das pessoas que admiram o nosso deixar andar.
Cada país têm os seus obstáculos, uns com mais outros com menos (não é preciso relembrar que a economia italiana, mais forte que a nossa, é baseada no crime organizado, lado a lado com o poder político).
Eu sei que existe a Calma portuguesa, mas com a Calma dos outros posso eu bem. E quanto a voltar para o estrangeiro daqui a um ano, isso não vai acontecer, porque ao salientar os defeitos de um país aprendes a conhecê-los, a aceitá-los e contar com eles. Sabes que vais ter de remar com força contra a maré. E isso não me aborrece, só me motiva. Se o jardim do vizinho é mais verde que o meu, só tenho que perguntar ao vizinho como conseguiu fazê-lo. Bj!!

quarta-feira, 26 outubro, 2005  

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